Brasil corre contra o tempo para lançar um mercado de carbono antes da conferência climática COP30 Notícias | Negócios ambientais

Alto potencial e grandes lacunas

O sistema de comércio de emissões de gases de efeito estufa do Brasil Está sendo discutido Ele é modelo Sobre o mecanismo de precificação do carbono na União Europeia. Este sistema, introduzido em 2005, tem sido um grande sucesso, contribuindo para a redução das emissões dos setores abrangidos pelo bloco. Uma redução de aproximadamente 40 por cento.

Até agora, na América Latina, Somente México A Índia, a Turquia e a Indonésia têm um importante sistema de comércio de emissões comparável ao europeu. Eles estão todos se movendo em direção Planos de precificação de carbono. Ao mesmo tempo, a China O maior do mundo Sistema de comércio de emissões.

No âmbito do sistema de comércio de emissões, que é frequentemente chamado… Programa “Cap and Trade”O governo estabelece um limite global para as emissões permitidas, distribui licenças às empresas e depois deixa o mercado definir os preços à medida que as empresas compram e vendem licenças com base nas suas próprias emissões. Desta forma, espera-se que as empresas reduzam as suas emissões e poupem dinheiro para projectos de redução de emissões, incluindo na silvicultura.

A iniciativa brasileira também foi impulsionada pelo crescimento esperado no mercado internacional de créditos de carbono, tanto em esquemas regulamentados (também conhecidos como mercados obrigatórios ou compatíveis) ou Programas de voluntariado.

Dado o potencial do país para fornecer soluções baseadas na natureza que podem ser negativas em carbono, espera-se que o rigoroso mercado de carbono do Brasil receba milhares de milhões de dólares de empresas internacionais e outros intervenientes a nível mundial que queiram compensar a sua pegada de carbono, contribuindo para a conservação florestal.

A consultoria McKinsey estimou que o Brasil poderá Obtenção de 15 bilhões de dólares americanos apenas do mercado voluntário até 2030. A Câmara de Comércio Internacional Brasileira é ainda mais ambiciosa, afirmando que US$ 120 bilhões em receita Isto poderia ser alcançado tanto nos mercados regulamentados como nos mercados voluntários no mesmo período.

Embora as vantagens económicas sejam claras, ainda há muito trabalho a fazer para garantir que o mercado do carbono seja estabelecido de uma forma transparente e precisa que garanta uma acção verdadeiramente positiva.

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À medida que o projeto de lei continua a ser aprovado em ambas as câmaras do Congresso brasileiro, uma questão tem se mostrado particularmente controversa: a isenção completa do setor agrícola de qualquer participação futura no programa, apesar de sua grande influência. A carne bovina brasileira é uma omissão notável, com estudos estimando que, se classificada ao lado dos países, o desmatamento e as emissões da pecuária estariam entre as questões mais controversas. A sétima maior fonte de emissões de gases de efeito estufa no planeta.

A questão é complexa. Na Europa, os produtores rurais não são acompanhados no mercado de carbono da UE. Isto se deve em parte aos desafios de rastrear as emissões das fazendas, mas, segundo especialistas, isso não deveria justificar a isenção das fazendas brasileiras da conta.

“Excluir a agricultura não se justifica neste momento, assim como nenhum outro setor deveria ser excluído agora”, diz Caroline Diehl Brolo, uma advogada ambiental no Brasil especializada em mercados de carbono. “A lei deveria incluir todos os setores, para que mais tarde. a regulamentação pode determinar quais setores serão excluídos.” “Isso foi tratado inicialmente, mas a exclusão da agricultura da lei nesta fase foi o resultado de uma grande pressão política do setor do agronegócio.”

Preocupações com credibilidade e apropriação de terras

o governo Ele pretende O sistema de comércio de emissões proposto abrange empresas que emitem mais de 10.000 toneladas de equivalente dióxido de carbono por ano, nos principais setores poluentes, como o aço, o cimento, os produtos químicos e o alumínio. As empresas que emitem acima do limite terão de provar que possuem as quotas exigidas e, se necessário, comprá-las a outras empresas ou projetos de carbono.

A proposta de lei brasileira inclui uma inovação que atualmente não está incluída no sistema europeu de comércio de emissões.

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Além de poder adquirir crédito em leilões públicos em mercado regulamentado que será administrado pelo governo federal, as empresas também poderão acessar crédito voluntário obtido por meio de projetos específicos que tenham comprovado capacidade de captura de carbono por meios naturais. Esta compatibilidade operacional significa que os ativos do mercado voluntário podem passar para o mercado regulamentado.

“A interoperabilidade pode ser interessante desde que tenha um teto baixo para a quantidade de créditos voluntários que uma empresa pode comprar”, diz Alexandre Prado, chefe de mudanças climáticas do WWF Brasil. “Se você facilitar demais o acesso, a empresa não o fará. fazer qualquer coisa; será uma compra a crédito.” “O carbono é muito mais barato do que fazer mudanças na sua matriz tecnológica, que é o que precisamos.”

Especialistas dizem que isto exigirá uma regulamentação cuidadosa para garantir que os créditos voluntários realmente ajudem a reduzir o desmatamento, como muitos demonstraram fazer. Tem pouco impacto no mundo real.

“O que não pode acontecer é que qualquer crédito gerado em qualquer lugar do país se torne conhecido e operável em qualquer lugar”, diz Prado. “O Brasil será conhecido como o ‘sumidouro de carbono’ do mundo. Não há credibilidade no mercado internacional e grandes empresas internacionais, ou mesmo países, não vão querer comprar créditos do Brasil.”

O projeto ainda está em discussão no Senado e não foi aprovado no primeiro semestre de 2024 como o governo esperava. Agora, com tensões entre as duas casas do Congresso sobre quem tem a palavra final sobre os detalhes da lei, a expectativa é que ela avance no final deste ano, ou mesmo em 2025. Mesmo depois que isso acontecer, a questão de quais projetos florestais poderão vender. Esses créditos de carbono serão deixados para o governo regular no futuro.

Mas estes atrasos e questões não impediram as empresas de procurar acordos de longo prazo com as comunidades indígenas e outros administradores florestais, para que possam rentabilizar a floresta tropical.

Em 2022, a Shell investiu US$ 40 milhões para comprar uma participação na Carbonext, uma desenvolvedora brasileira de créditos de carbono que desde então foi acusada de… Pressão sobre lideranças indígenas Na Amazônia, a empresa assinou contratos com páginas em branco, oferecendo pagamentos antecipados em troca de direitos exclusivos a créditos de carbono em suas terras. A empresa negou essas acusações.

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Em outros lugares, a Polícia Federal brasileira prendeu quatro pessoas no mês passado Suposta fraude Apreensão ilegal de 500.000 hectares de floresta para gerar créditos de carbono no valor de 32 milhões de dólares. Desde então, o Vera, maior cartório de créditos voluntários de carbono, tem emitido encomendas para outras empresas. Três projetos foram suspensoscujos créditos foram adquiridos pela companhia aérea brasileira GOL, pelo aplicativo de entrega de comida iFood e pelo Banco Itaú.

Outra investigação Os 18 projetos de crédito de carbono associados A uma empresa chamada Carbono Indígena, que teria ligação com um empresário norte-americano acusado de confisco de terras públicas pela Defensoria Pública do estado do Pará.

Os especialistas alertam ainda que o caminho para a plena implementação do sistema ainda é longo.

“Depois da aprovação, serão necessários pelo menos cinco anos para que esse mercado de carbono esteja pronto para funcionar de fato, porque a lei é uma lista geral que deve ser implementada”, diz Guarani Osorio, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Getúlio Vargas. Fundação.

“Este é um elemento da política climática que deve ser coordenado com diferentes instrumentos. O Brasil tem muitas características distintivas em diferentes setores, e devemos ver isso como parte do processo de reforma. O mercado de carbono não será capaz de resolver todos os setores. emissões. “Desempenha um papel específico como parte importante desse quebra-cabeça que o Brasil busca resolver”.

Este artigo foi publicado originalmente em Diálogo da Terra Sob licença Creative Commons.

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