Brasil e China comemoram 50 anos de relações diplomáticas — MercoPress

Brasil e China comemoram 50 anos de relações diplomáticas

Segunda-feira, 19 de agosto de 2024 – 07:38 UTC


No primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou para a China US$ 28,44 bilhões em produtos agrícolas, soja, milho, açúcar, carne bovina, frango, celulose, algodão e carne suína in natura.

No dia 15 de agosto, a China e o Brasil celebraram o 50º aniversário das suas relações diplomáticas, que ao longo do tempo abriram caminho para que Pequim se tornasse o maior parceiro comercial da América Latina.

Segundo o Itamaraty, as relações bilaterais estão centradas no Comitê de Coordenação e Cooperação de Alto Nível China-Brasil (COSPAN), criado em 2004 e elevado a parceria estratégica global em 2012. Este ano também marca o 20º aniversário do criação do Comitê COSPAN.

A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) informou que entre agosto de 2023 e julho de 2024, a China foi o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, totalizando US$ 58,6 bilhões – um aumento de 10% em relação ao período anterior . Em 2023, o Brasil estabeleceu um novo recorde ao exportar mais de 60 mil milhões de dólares em bens para a China, um aumento de mais de 9 mil milhões de dólares em comparação com 2022.

Só no primeiro semestre de 2024, o Brasil exportou produtos agrícolas no valor de 28,44 mil milhões de dólares para a China. Soja, milho, açúcar, carne bovina, frango, celulose, algodão e carne suína in natura são os principais produtos exportados para a China.

No âmbito destas relações bilaterais, o Brasil também importa bens da China, como produtos florestais e têxteis, num valor total de cerca de 11,8 mil milhões de dólares.

Um fator importante que contribuiu para o crescimento das exportações foi o licenciamento pela China, em março de 2024, de 38 novos frigoríficos no Brasil – 34 matadouros e quatro centros de distribuição – o maior número de aprovações já concedidas. Isso aumentou o número de empresas brasileiras autorizadas a exportar para a China de 106 para 144.

O Ministro da Agricultura brasileiro, Carlos Favaro, realizou duas visitas ministeriais à China, a última delas em junho deste ano, acompanhado do vice-presidente Geraldo Alckmin. Durante esta visita, o governo brasileiro conseguiu garantir um acordo para promover o café brasileiro na maior rede de cafeterias da China, com planos de compra de aproximadamente 120 mil toneladas de café.

Para manter o diálogo e relações comerciais fortes, a China é atualmente o único país com dois adidos agrícolas brasileiros em Pequim. Peroza também enfatizou que a restauração do diálogo frutífero com a China permite progressos significativos, como a expansão das exportações de produtos essenciais e o fortalecimento do papel do Brasil no cenário global.

Além disso, devemos lembrar que a China e o Brasil planejavam estabelecer relações diplomáticas em 1964, sob a administração do presidente eleito Janjo Goulart, mas o golpe militar da época impediu o estabelecimento dessas relações. Além disso, o exército brasileiro naquela época prendeu vários diplomatas maoístas da delegação de Pequim.

Apesar das relações comerciais voláteis, devemos lembrar que o Brasil pertence ao grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e alguns novos membros incluem o Irão (o argentino Milley retirou-se do convite). No grupo BRICS, cujos principais objectivos incluem acabar com o domínio do dólar americano como a principal moeda global no comércio, nos preços das matérias-primas e nas reservas, a China e a Índia estão economicamente à frente do Brasil por uma grande margem.

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Além disso, o Brasil, como país líder do Mercosul, não tem pressa para que o grupo assine um acordo comercial com Pequim, temendo pela sua base industrial (que ainda é fraca e ultrapassada em muitas áreas), e pela invasão de produtos chineses no o mercado brasileiro que Sua população é de 215 milhões de pessoas.

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