a Um incêndio destruiu parcialmente um armazém de filmes em São Paulo na quinta-feira, poucos meses depois de funcionários da Cinemateca Brasileira alertarem sobre tal desastre, acusando o governo de negligência intencional com a instituição cultural. 15 caminhões de bombeiros e mais de 50 bombeiros lutaram contra as chamas por mais de duas horas, mas não conseguiram salvar todo o armazém do cinema, segundo imagens transmitidas pela televisão local. Os bombeiros adiantaram que o incêndio começou por volta das 18:00, durante trabalhos de manutenção no sistema de ar condicionado, acrescentando que pelo menos duas salas contendo filmes e outros ficheiros foram destruídas.
Relatórios locais disseram que o fogo, alimentado por acetato altamente inflamável, se espalhou rapidamente pelo prédio, que abriga mais de 2.000 cópias do filme. O armazém que pegou fogo era um local secundário e não a sede da Cinemateca Brasileira, que possui o maior arquivo de filmes da América do Sul, mas, como muitas das valiosas coleções culturais do Brasil, está atolada em alegações de fraca censura governamental. Cineastas, artistas e funcionários acusaram o governo do presidente de extrema direita Jair Bolsonaro de “desmantelar” o cinema.
Em julho de 2020, o Ministério Público de São Paulo ajuizou ação alegando que o governo federal havia “abandonado” a instituição e sonegado seus recursos, ao mesmo tempo em que questionava a falta de um diretor para administrá-la. No mês seguinte, o cinema encerrou efetivamente as operações após a demissão de 41 funcionários. O crítico de cinema Lauro Escoril disse à TV Globo News que o incêndio de quinta-feira foi uma “tragédia esperada”. Em abril, o Comunicado dos Cineastas Brasileiros alertou para o risco de incêndio, por falta de cuidado com “materiais, equipamentos, bases de dados e edificações”.
O repositório de filmes é o mais recente repositório da rica história cultural do Brasil a queimar depois que um incêndio destruiu o Museu Nacional de 200 anos no Rio de Janeiro em 2018, e um incêndio danificou o Museu da Língua Portuguesa em 2015. Ele pediu melhor proteção e financiamento do património cultural e científico do país. – Agência de imprensa francesa
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