Lula critica privatização de grandes empresas no Brasil

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, criticou a privatização de grandes empresas do país, referindo-se diretamente à Eltrubras e à Vale. Ele disse que ambos poderiam trabalhar ao lado da Petrobras como impulsionadores da economia do país.

Essas e outras críticas à gigante da mineração Vale foram feitas durante cerimônia realizada na quarta-feira (19 de junho) para a posse oficial de Magda Chamberriard como chefe da Petrobras. Ela está no cargo desde o final de maio.

A Eltropras foi privatizada em 2022 no governo de Jair Bolsonaro. Naquela época, foram emitidas novas ações, elevando a participação do governo federal para menos de 50%. A Vale foi vendida em 1997, quando o governo liderado por Fernando Henrique Cardoso negociou ações com um grupo de empresas privadas e fundos de pensão.

“Poderíamos estar em melhor situação. É possível que tivéssemos a Eletrobras do nosso lado, que era a maior empresa de energia do nosso país, a Vale poderia estar do nosso lado, se não tivesse sido privatizada e vendida para fundos diferentes. não há Malik com quem você possa conversar.

Ele criticou o comportamento da mineradora nos procedimentos de indenização relacionados às tragédias que causou nos últimos anos no estado de Minas Gerais. Em 2015, uma barragem da Samarco – joint venture entre Vale e BHP Billiton – rompeu na cidade de Marianna, matando 19 pessoas e causando danos em municípios da Bacia do Rio Doce. Em 2019, a cidade de Brumadinho testemunhou o maior acidente de trabalho do Brasil. O rompimento da Barragem da Vale, além do impacto ambiental, provocou a morte de 272 pessoas, a maioria funcionários da própria mineradora ou de empresas terceirizadas.

O tema foi levantado pelo presidente Lula em meio às negociações para renegociar o acordo de compensação pela tragédia de 2015. O modelo aplicado – que inclui a criação da Fundação Renova para gerir as medidas de compensação – é considerado mal sucedido não apenas pelo governo federal, mas também pelos governos estaduais de Minas Gerais e Espírito Santo, do Ministério Público e de organizações representativas dos atingidos. Oito anos depois, o judiciário brasileiro está lidando com mais de 85 mil ações judiciais, incluindo ações civis gerais, ações coletivas e ações individuais.

“Quando digo que não há proprietário com quem conversar é porque nenhuma indenização foi paga à população desde o desastre das barragens de Mariana e Brumadinho. Eles ainda aguardam casas e indenização pelos danos. Uma empresa forte precisa de alguém no comando. para que as coisas dêem certo. Minha mãe costumava dizer que os cães que têm muitos donos morrem de fome, porque todo mundo pensa que alguém lhes deu comida, e no final ninguém o fez numa empresa em que não há uma pessoa. A cobrança muitas vezes não cumpre seu papel social.

Quando liguei para ele Agência BrasilValle disse que não comentaria a declaração do presidente Lula. Segundo dados da mineradora, foram destinados R$ 37 bilhões para esforços de compensação ligados à tragédia nas Marianas. Desse valor, R$ 14,29 bilhões foram destinados à indenização e R$ 2,82 bilhões ao auxílio emergencial. Sobre o desastre em Brumadinho, a Vale afirma que desde 2019, 16.394 pessoas atingidas assinaram acordos de indenização civil e trabalhista, no valor de até R$ 3,7 bilhões.

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