O presidente brasileiro Bolsonaro lucrou com a venda ilegal de presentes de luxo: a polícia

O ex-presidente brasileiro de extrema direita Jair Bolsonaro se beneficiou de um esquema ilegal para vender US$ 1,2 milhão em joias e outros bens de luxo dados ao seu governo como presentes, revelou uma investigação policial brasileira na segunda-feira.

Na semana passada, a Polícia Federal brasileira recomendou que Bolsonaro fosse acusado de lavagem de dinheiro e outros crimes relacionados com joias não autorizadas que ele doou entre 2019 e 2022.

Bolsonaro, que afirma ter sido submetido a perseguição judicial durante o governo de seu sucessor de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, nega qualquer irregularidade.

O relatório policial publicado na segunda-feira disse que os investigadores descobriram que funcionários do governo “agiu para transferir” vários presentes de alto valor para Bolsonaro de governos estrangeiros, no valor total de US$ 1,22 milhão.

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O relatório submetido ao Supremo Tribunal Federal afirma que autoridades procuraram vender esses itens no exterior “com o objetivo de… enriquecimento ilícito do então presidente”.

Ela acrescentou que o dinheiro arrecadado com essas vendas foi pago a Bolsonaro “sem usar o sistema bancário formal”.

O juiz do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, deu aos promotores 15 dias para decidir se apresentariam acusações formais contra Bolsonaro.

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O caso diz respeito a uma coleção de joias com diamantes não declaradas que teria sido confiscada por inspetores aduaneiros em outubro de 2021.

As joias estariam dentro da bolsa do Ministro de Minas e Energia de Bolsonaro ao retornar de uma viagem ao Oriente Médio.

O relatório policial de quase 500 páginas inclui uma descrição detalhada das joias envolvidas, incluindo relógios Rolex e diamantes da marca de luxo Chopard.

Após a notícia do caso se espalhar pela imprensa, a equipe de Bolsonaro conseguiu recuperar e devolver alguns itens, segundo a reportagem.

O advogado de Bolsonaro, Paolo Cunha, disse na segunda-feira que os chefes de Estado “não têm influência direta ou indireta” sobre o que acontece com os presentes oficiais.

O antigo líder também enfrenta julgamento sob a acusação de falsificar registos de vacinas contra a COVID-19 e de alegadamente ter ajudado a planear um golpe de Estado em Janeiro de 2023, quando milhares dos seus apoiantes invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal e os gabinetes presidenciais do Brasil e instaram os militares a destituir Lula.

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