Oficial: Incerteza econômica ainda impede cortes nas taxas de juros no Brasil

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A incerteza econômica global que levou o banco central do Brasil a interromper seu ciclo de flexibilização monetária persiste, impedindo cortes nas taxas de juros esta semana, disse à Reuters uma autoridade do Ministério da Fazenda brasileiro.

Numa entrevista realizada sexta-feira à margem das reuniões de líderes financeiros do G20, no Rio de Janeiro, Guilherme Melo disse que as taxas de juro no Brasil estão muito acima do nível considerado neutro para a economia.

No entanto, observou que o ambiente não melhorou significativamente desde Junho, quando o banco central manteve os custos dos empréstimos em 10,5% após sete cortes consecutivos nas taxas de juro.

Os comentários de Mello estão em linha com o apelo unânime do banco central por mais cautela quando decidiu pausar o ciclo de flexibilização monetária devido a um “cenário global e doméstico incerto”, em meio às perspectivas de aumentos prolongados das taxas de juros nos Estados Unidos e de um aumento mais forte das taxas de juros nos Estados Unidos. economia acima do esperado no Brasil, onde as expectativas aumentaram.

Isto contrasta com o presidente de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, que criticou repetidamente o nível das taxas de juro e as decisões de política monetária do banco central.

O Comitê de Política Monetária do banco central deverá se reunir novamente nos dias 30 e 31 de julho.

“O comité decidiu na sua última reunião que, à luz destas incertezas crescentes – que enfraqueceram claramente as expectativas internas e afectaram o preço de alguns activos, como a taxa de câmbio – preferiria fazer uma pausa”, disse Melo.

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“O que notei é que este conjunto de incertezas permanece”, disse ele, destacando dúvidas sobre o momento da flexibilização monetária nos Estados Unidos e a possibilidade de uma mudança de política no Japão.

Desde a última reunião do Comitê de Política Monetária, o real brasileiro enfraqueceu mais de 6%, passando do nível de 5,30 reais em relação ao dólar americano que o banco central utilizou em suas previsões de inflação.

As preocupações do mercado quanto ao compromisso do esquerdista Lula em controlar as finanças públicas também pesaram sobre os activos internos, afectando a taxa de câmbio e os contratos de taxa de juro.

À luz do impasse causado pela falta de compensação pela redução do imposto sobre os salários aprovada pelo Congresso, Mello disse que o impacto da medida é suficientemente significativo para comprometer o objectivo do governo de eliminar o défice orçamental subjacente este ano.

No entanto, ele disse que o departamento continua a apoiar o Congresso na busca de medidas compensatórias.

Disse: “Queremos alcançar o equilíbrio orçamental este ano, mas estamos a enfrentar estas dificuldades e ainda não resolvemos grande parte das receitas com que contamos, mas pretendemos resolver esta questão em breve”.

“Continuaremos a progredir, passo a passo, para dissipar estas dúvidas e criar um ambiente que nos permita finalmente retomar o ciclo de redução das taxas de juro.”

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Preparação de Marcella Ayers e Bernardo Caram, edição de Brad Haynes e Diane Kraft

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Relatórios sobre Macroeconomic Beat, cobrindo a política econômica em Brasília. Bernardo estudou jornalismo na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais antes de concluir o curso de Economia pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e o MBA em Informações Econômicas e Financeiras e Mercado de Capitais pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo. Anteriormente, trabalhou em Brasília para a Folha de S.Paulo, a Agência Estado e o site G1 da Globo.

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