Temendo inflação futura, Banco Central do Brasil deixa a taxa básica de juros inalterada em 10,50% – MercoPress









Temendo a inflação futura, o Banco Central do Brasil deixa a taxa básica de juros inalterada em 10,50%.

Quinta-feira, 20 de junho de 2024 – 15h25 UTC


As decisões do Banco Central do Brasil são fundamentais para muitas economias regionais, com o Brasil e a moeda real figurando fortemente na lista de parceiros comerciais.

Com gastos orçamentários excessivos e a perspectiva de inflação mais elevada nas próximas semanas, o banco central do Brasil, independente do poder executivo, manteve a taxa de juros Selik inalterada em 10,50%. Isto significa que não há expectativas de retomada do ciclo de flexibilização das taxas de juros neste ano.

Este é um facto fundamental para as perspectivas brasileiras, mas também para outras economias regionais, uma vez que para a maioria dos países a lista de parceiros comerciais é fortemente representada pelo Brasil e pela moeda real.

A decisão Coboom do banco central moderou algumas expectativas de outro corte de 25 pontos base. A declaração anexa manteve-se praticamente inalterada em relação à emitida na reunião de Maio, mas é claro que o aumento da inflação e as expectativas de inflação estão a preocupar o banco central. O banco revisou suas expectativas de inflação no final de 24 e 25 (para 4,0% e 3,4%, respectivamente, de 3,8% e 3,3%).

Surpreendentemente, a decisão foi unânime. Na verdade, pensa-se que alguns decisores políticos poderão estar a tentar evitar uma repetição da reacção negativa do mercado observada após a reunião anterior, quando uma votação a favor de um corte mais profundo de 50 pontos base pelos membros pré-nomeados do COBOM por Lula suscitou preocupações sobre a politização da política monetária.

READ  O setor de energia do Brasil é sustentado por níveis crescentes de produção de biomassa

Contudo, o sinal parece ser que existe um acordo generalizado no COBOOM de que as expectativas de inflação pioraram.

Com a economia brasileira continuando a aguentar-se razoavelmente bem, mas com a expectativa de que a inflação global aumente ainda mais e a situação fiscal provavelmente continuará a deteriorar-se, parece faltar margem para novos cortes nas taxas de juros durante o resto do ano.

Na verdade, o ciclo de flexibilização poderá começar a ser retomado, ainda que lentamente, quando a inflação voltar a cair, com a Taxa de Sílica a terminar o ano nos 9,50%. Mas a decisão unânime de manter as taxas de juro inalteradas na quarta-feira sugere que os riscos de inflação prevalecem.


Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *